Foto: Folhapress_Divulgação
Mozart Vianna, um dos maiores conhecedores do
Congresso Nacional, deixa o cargo de assessor do senador mineiro em
Brasília e será gerente de relações das organizações Globo. Ligação do
presidenciável tucano com a emissora ganhou interesse depois da
minissérie Brado Retumbante, para muitos inspirada em Aécio
21 de Maio de 2012 às 16:09
Minas 247 - As Organizações Globo acabam
de fazer um movimento que interessa, em tudo, à possível candidatura do
senador Aécio Neves (PSDB-MG) à presidência da República em 2014. Depois
de apoiar a produção e investir na divulgação do documentário
“Tancredo, a Travessia” e de produzir uma minissérie própria na qual
muita gente viu uma propaganda disfarçada de Aécio, a Globo agora
contratou para o seu time de primeiro escalão de executivos o assessor
Mozart Vianna.
Ele tem 20 anos de experiência como secretário da Mesa da
Câmara dos Deputados, mas passou os últimos 14 meses trabalhando numa
sala do 11º andar do prédio mais alto do Senado brasileiro. Lá, era o
principal assessor de Aécio Neves. Agora, na Globo, Mozart será o
gerente de relações institucionais das Organizações Globo. Cuidará das
negociações do maior grupo de comunicações do país com o poder público.
É mais um sinal positivo que a empresa da família Marinho
dá para o neto de Tancredo Neves em sua caminhada para chegar ao Palácio
do Planalto. Em novembro do ano passado, o caríssimo intervalo
comercial do Jornal Nacional foi usado para divulgar o documentário
“Tancredo, a Travessia”. A película, dirigida pelo cineasta Silvio
Tedler, responsável por filmes políticos como “Jango”, foi exibido nos
cinemas com o apoio da Globo Filmes. No comercial do JN, Aécio apareceu
fazendo referência a Tancredo, chamando-o de “meu avô”.
As relações do ex-governador de Minas e a Vênus Platinada
ganharam ainda mais interesse depois da apresentação da minissérie Brado
Retumbante, em janeiro passado. Escrita por Euclydes Marinho, Nelsonn
Motta, Guilherme Fiuza e Denise Bandeira, ela foi acusada por muita
gente de estar fazendo campanha subliminar para o senador mineiro. O
protagonista de O Brado era o presidente da República Paulo Ventura, que
lutava, a seu modo, contra os vícios de Brasília, principalmente a
corrupção.
A ligação com Aécio vinha sobretudo de três fatores: a
idade de Ventura, mais novo para os padrões de um presidente - assim
como o presidenciável do PSDB -; o fato de o protagonista ser um
mulherengo convicto; e a semelhança física entre o ator Domingos
Montagner - que fez o papel do presidente Paulo Ventura - e o político
mineiro. Na época, Aécio chegou a reconhecer a semelhança com o
personagem, mas apenas física. Para ele, tudo foi uma grande
coincidência. Em entrevista ao 247, o jornalista Guilheme Fiuza também
negou qualquer ligação entre Ventura e Neves.
Não se discute, porém, a competência de Mozart Vianna.
Poucas pessoas conhecem tão bem quanto ele as filigranas do Congresso
Nacional. Há duas décadas ele trabalhou como secretário da Mesa da
Câmara dos Deputados. No tempo, atendendo a demanda dos mais de 500
deputados, tornou-se um especialista em regimento. Tão respeitado que
Aécio o levou para trabalhar em seu gabinete no início do ano passado. O
convite e o aceite despertaram certa inveja em alguns parlamantares -
meses antes, por exemplo, Mozart declinara de um convite semelhante
feito pelo então deputado federal Michel Temer (PMDB-SP).
Agora, ele, que é mineiro de Corinto, no coração de Minas
Gerais, tenta mais um passo na carreira, em cargo importante na poderosa
Glob