O blog ESPAÇO ABERTO conversou com alguns deles.
Todos ponderados.
Todos torcendo para que Sua Excelência reverta a situação em que se encontra e passe para o segundo turno.
Mas todos convictos de que, para evitar uma derrota para o tucano Simão Jatene já no primeiro turno, é preciso que muita coisa mude.
E mude já.
E mude da água para o vinho.
O blog pediu a esse punhado de petistas para apontar quais têm sido os principais erros, os mais notáveis e decisivos erros, os crassos erros na área de comunicação da campanha petista para o governo do Estado.
Do que o blog ouviu, os erros podem ser resumidos em três:
1 – Erro de conceito – Ana Júlia teria errado porque insistiu na tese da campanha desenvolvimento, insistiu em bater na tecla do desenvolvimento. O mesmo erro de Oziel Carneiro (“O Pará vai disparar”), quando disputou e perdeu para Jader Barbalho em 1982; o mesmo erra de Sahid Xerfan, quando perdeu para Jader; o mesmo erro de Jarbas Passarinho, quando perdeu para Almir Gabriel; o mesmo erro de Almir Gabriel, quando perdeu para Ana Júlia; e o mesmo erro agora de Ana Júlia. Num Estado como o Pará, com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) em níveis africanos, falar em desenvolvimento soa ora como escárnio, ora como discurso desprovido de sentido. Não tem outra saída: a campanha de Ana Júlia teria que insistir no social.
2 – Erro de imagem – A imagem da governadora que é mostrada na televisão é muito diferente da guerreira, da lutadora, da mulher destemida, da mulher sintonizada com o povo, da mulher que fez sua trajetória a partir dos movimentos estudantis e sindicais. Ana Júlia, segundo a avaliação ouvida pelo blog, é mostrada quase com uma rainha da Inglaterra, muito produzida, muito arrumada, uma dondoca, praticamente. Entre os que a veem na telinha dessa forma, a tendência é não votarem mesmo nela. Ao contrário, os petistas reconhecem que, na campanha tucana, Simão Jatene vem sendo mostrado como alguém que tem uma grande intimidade com o eleitor, com o telespectador. “Ele passa aquela imagem do teu antigo professor de matemática, do cara bom, do cara que trava logo uma enorme intimidade, uma enorme sintonia contigo”, compara um dos petistas.
3 – Erro de não aceitar o confronto – A campanha de Ana Júlia teria errado por se mostrar passiva, lerda, lenta, tardia demais para reagir aos ataques à imagem da governadora. Um dos petistas lembrou que, em alguns círculos, chamam a isso, jocosamente, de síndrome do corno. É como o sujeito que de manhã passa na casa do vizinho e grita: “Cornoooo”. O vizinho não reage. No segundo dia, a mesma coisa; no terceiro, idem; e no quarto, no quinto... Até que o vizinho corno começa a reagir. Quando reage, além de corno, acham que ele também é agressivo. No caso de Ana Júlia, a avaliação é de que a reação reflexa aos ataques praticamente não houve. E seus adversários conseguiram consolidar uma imagem negativa da governadora.
Os petistas ouvidos pelo blog não concordam, em hipótese alguma, que as poucas obras creditadas à gestão de Ana Júlia representam empecilho de monta para sua baixa performance eleitoral.
Em reforço a essa convicção, lembram Duciomar, o Costa, o huno, Duciomar Costa, o prefeito de Belém, que tinha uma rejeição acima de 70%, não podia nem sair na rua, mas mesmo assim ganhou a eleição do peemedebista José Priante.
Os petistas revelam até a convicção de que os números do governo Ana Júlia seriam muito mais positivos, mais favoráveis do que os relacionados ao governo Jatene, ainda que essa mesma comparação não se sustente quando considerados os 12 anos seguidos de tucanato no Pará.
Mas acham que, independentemente de acharem que Ana Júlia fez um governo melhor que o de Jatene, essa realidade não está chegando ao eleitor.
E o eleitor passa a preferir outros, que não Ana Júlia.
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