Os imprevistos que lhe fortalecem
A antifragilidade é o segredo para o sucesso em um mundo cheio de incerteza (Reprodução/Economist)
Qual o oposto da fragilidade? Embora não sejam opostos precisos,
“resiliência” e “robustez” são duas palavras que vem à mente. Se
fragilidade quer dizer algo que quebra sob tensão, seu oposto exato
deveria querer dizer algo que fica mais forte sob pressão. Não há
nenhuma palavra que capture essa característica, afirma Nassim Nicholas
Taleb, um ensaísta e acadêmico americano, de modo que ele inventou uma:
“antifrágil”.
O neologismo é necessário porque a antifragilidade, conforme o autor
argumento em seu novo livro Antifragile: Things that Gain from Disorder
(Antifrágil: Coisas que se Beneficiam da Desordem), é o segredo para o
sucesso em um mundo cheio de incerteza. Os livros anteriores de Taleb
foram dedicados a mostrar que ninguém pode medir a probabilidade de
eventos raros ou “cisnes negros”, expressão que agora está associada ao
autor. Da crise financeira ao maremoto que atingiu o reator nuclear de
Fukushima em 2011, a pior das hipóteses nunca será ruim o bastante.
Então em vez de tentar predizer o futuro e fracassar, o melhor a fazer é
tirar vantagem dos choques quando eles de fato ocorrerem.
Isso, afinal, é o que a natureza faz. A evolução é um sistema para
transformar mutações aleatórias em vantagens duradouras. O corpo
responde bem a certas pressões; os ossos nos braços com os quais os
tenistas profissionais seguram a raquete, por exemplo, são mais fortes
que os mesmos ossos do outro braço.
É este o fulcro da antifragilidade: estar em uma posição que possibilita
inesperadamente a melhora, onde os ganhos potenciais advindos de um
evento surpreendente superam as perdas potenciais.
“Antifrágil” é uma ideia interessante, e esta é uma leitura ambiciosa e
instigante, além de altamente divertida, graças à natureza direta de
Taleb. “Antifrágil” é tanto sobre como seu autor como sobre o mundo.
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