Dentre
as vivas ao PMDB por lançar candidato a presidente da Alepa, mesclam-se
chistes à “audácia” da “oposição” ao governo. Sugere-se obediência
porque “temos cargos”. Pergunta-se onde vamos colocar “essas pessoas” se
o governo nos convidar à rua.
O que lavro
abaixo não é posição do PMDB e nem do líder do PMDB na Alepa, pois não
tenho autorização para tal: é o pensamento de um filiado que envelhece
no PMDB e julga saber o custo da construção partidária:
> Aliança não é submissão
Dois
anos antes da campanha de 2010, eu deixava clara a dificuldade de
seguir com Ana Júlia, pois o seu governo confundia aliança com
submissão.
Ser aliado não é se submeter aos
interesses partidários do governo. Alianças não anulam personalidades.
Um partido que se deixa manejar por outro não cresce e não ocupa espaço
político para interferir, de forma legítima, na agenda governamental.
> PMDB se comprometeu a apoiar Pioneiro e cumpriu
Na
eleição para o 1º biênio da Mesa, o PMDB, a pedido do governador
Jatene, retirou a candidatura do deputado Martinho Carmona,
comprometendo-se a apoiar o deputado Manoel Pioneiro (PSDB), o que fez.
O PMDB não se comprometeu a repetir o gesto no
2º biênio. Ao contrário, acalentou a expectativa de ver retribuída a
genuflexão. Mas gentileza não é obrigação e se o PSDB, considerando os
seus interesses partidários, conclui que não abre mão da Mesa, o PMDB,
ao apresentar concorrente, age sob legitimidade idêntica.
> Autonomia e personalidade
Alianças têm limite na autonomia das partes. Quem permite invasão a sua autonomia paga a pena de transmutar-se em lacaio.
Prefiro
andar a pé, descalço e no Sol quente a ceder um grau do ângulo reto que
deve portar a minha cabeça. Só o peso do tempo me curva os ombros.
Derramo o meu suor por quem me convence com argumentos, mas sou surdo a
quem deseja impor conveniências. Goela abaixo, na marra, só a professora
Rosa, minha mãe, derramava “Emulsão Scott” (Meu Deus! Aquilo era ruim
demais! Mas, diziam à época, que era o melhor fortificante do mundo...).
> PMDB não se compromete com projeto isolado de poder do PSDB
Estamos
desobrigados a atender apelos, mesmo os não feitos, que visem
exclusivamente saciar a labuta do PSDB pela ocupação de espaços de
poder: esse compromisso o PMDB nunca fez e opto que jamais deverá fazer.
> Os cargos
Cargos
são consequências eventuais de coalizões e não elementos que a impeçam
de cessar. Eles duram enquanto o que lhes deu causa perdurar e quem os
detém deve intuir que a manutenção deles não deve custar a anulação do
partido que os proporcionou.
Desculpem-me os
correligionários eu me manifestar, talvez, com indelicadeza: quem quiser
estabilidade funcional e aposentaria no serviço público deve prestar
concurso e lograr êxito na empreitada.
> À moda antiga
Agradeço
os “avisos”, mas sou um soldado clássico e não rejeito guerras por medo
de perdê-las ou morrer nelas: embala-me a expectativa de que também
posso proporcionar vitórias.
Não se deveria transformar uma disputa inter pares em uma questão de Estado: isso deveria ser uma mera lacuna cotidiana no biênio do Parlamento, para decidir quem será o primus inter pares. Quem não lograr êxito que espere o próximo biênio.
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